terça-feira, 16 de março de 2010

Excelente texto!

A Ana, do 10.º E, escreveu, a propósito deste cartoon, um excelente comentário, que vale a pena aqui salientar. Afinal, o cérebro dela não é um computador; há nele espírito crítico! Eis o que escreveu:

«Estes cartoons fazem todo o sentido na sociedade consumista, conformista e faciltista em que vivemos. Tudo o que se passa hoje em dia se torna num ciclo vicioso, especificamente com o egocentrismo: As pessoas ficam cada vez mais individualistas e egoístas e cada vez existe menos entreajuda. Ora, se nós damos e o que recebemos em troca nos faz arrepender de tudo o que demos, também nós nos vamos ter de tornar, um pouco "à força", mais individualistas. Isto é fruto dos nossos tempos e nota-se até no decréscimo da natalidade. Antigamente, e agora vou parecer um pouco os meus avós a falar, brincava-se na rua, convivia-se, não havia "amigos" virtuais, tinha-se dois pares de roupa e isso não causava inveja nem mal-dizer como a variedade e a competitividade causam hoje, assim como a falta de comunicação e de brincadeiras de rua, simples como brincar com piões ou jogar à macaca. Mas mais uma vez isto não é só culpa nossa. Somos influenciados por tudo, pela publicidade, pela pressão do desenvolvimento, pela facilidade com que as coisas estão disponíveis para nós. Precisamos de alguma informação, corremos à Net para procurar. Portanto, sim, podemos considerar os computadores como os nossos "cérebros". Deixaram de o ser as enciclopédias e afins uma vez que não são tão "interactivas", nem tão atractivas e é claro que isso também tem a sua importância. Quanto à cultura, parece que estamos a regredir outra vez, uma espécie de retorno à Idade Média, a idade negra, pois o que o mundo nos oferece maioritariamente nos meios em que estamos em contacto (TV, computadores, etc.) são telenovelas sem conteúdo nenhum, programas sem qualquer interesse cultural, jogos violentos entre outras coisas menos apropriadas. Já ninguém lê e poucos são os que vão ao cinema ver um bom filme. Preguiça, desinteresse, tudo contribui. Como é ilustrado no cartoon, o dinheiro passou a ser a prioridade das pessoas e para o ganhar, já nem se pensa nos tais ideais, honestidade e moral. Há demasiado facilitismo em tudo e poucas pessoas que saibam pensar por si, reflectir sobre os tempos. E não estou a dizer que é mau progredir, que é mau sermos desenvolvidos, já dizia Camões "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (...) todo o mundo é composto de mudança" e Deus me livre que ainda tivéssemos a mentalidade que tinham os nossos avós, só é pena que valores como o respeito, o esforço, a sinceridade e arrisco até a dizer a própria amizade, se tenham perdido.»

(Ana, 10ºE)

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